O setor de viagens corporativas manteve seu ritmo de recuperação este ano, encerrando agosto com receita de R$ 1,15 bilhão, alta de 12,6% em relação ao mesmo mês de 2019 antes da pandemia de Covid-19. Alguns setores negativos este ano se recuperaram, encerrando agosto com vendas acima de 6,8% em relação ao mesmo mês de 2019. Os dados são de um estudo mensal realizado pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) , que avalia o desempenho de 11 setores que compõem este mercado.
O destaque em agosto foi o segmento aéreo, que faturou R$ 778 milhões, 68% do total da receita do setor, acima 12,7% em relação ao valor obtido em agosto de 2019. “Esse desempenho é muito importante pois nele está embutido o faturamento em viagens internacionais, que já mostra boa recuperação”, avalia Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.
O volume de bilhetes emitidos ainda é inferior a 2019. No mês passado, a emissão de tíquetes para viagens internacionais ficou 26% abaixo do mesmo mês de 2019. No caso das viagens áreas nacionais, o faturamento foi 16% superior comparando os mesmos períodos, mas a emissão de bilhetes foi 27% inferior. Conforme a Abracorp, o aumento das passagens aéreas explica o bom desempenho no faturamento mesmo com redução na emissão de bilhetes.
Tanabe lembra, porém, que essa diferença no número de transações já era prevista no pós pandemia. “Já era uma variação esperada, até em função das mudanças comportamentais das pessoas e das empresas. Mas vale salientar que a recuperação das viagens decorrentes de eventos corporativos está retomando com força. E isso está fazendo uma diferença muito positiva”, diz. Além disso, a oferta ainda não está 100% recuperada aos níveis de 2019. Principalmente no segmento internacional.
Outro destaque em agosto foi o volume no segmento rodoviário, que faturou aproximadamente R$ 2,4 milhões em agosto de 2022, 146% superior ao de agosto de 2019. “É uma marca histórica, claramente demonstrando que viagens corporativas, após a pandemia, está se remodelando”, diz Tanabe. O segmento hoteleiro, o segundo maior em faturamento dentre os 11 setores analisados pela Abracorp, continua a mostrar força. Faturou R$ 283 milhões, 13% acima de agosto de 2019.
Embora no acumulado do ano, o faturamento ainda esteja menor que janeiro a agosto de 2019 (R$ 6,9 bilhões, contra R$ 11,3 bilhões), a Abracorp mantém a estimativa de um resultado neste ano 20% acima ao de 2019.
Em relação aos empregos, o setor ainda tenta se recuperar. O segmento de viagens corporativas chegou a perder em torno de 50% dos empregos entre 2019 e 2021. Neste ano, já se verifica uma retomada dos empregos.
Um dos principais desafios pela frente, segundo Tanabe, é exatamente conseguir trazer esses trabalhadores de volta ao setor de viagens corporativas e alcançar o equilíbrio sustentável diante da alta dos custos na atividade. “A mão de obra das agências de viagens é especializada, principalmente no que se refere ao consultor. A tecnologia melhorou muito a usabilidade para o cliente, mas quanto maior a oferta na internet, mais confusa é a comparação de produtos e serviços, fazendo com que o conhecimento técnico do agente de viagens torne-se relevante”, diz Tanabe.
Via: https://www.moneyreport.com.br/economia/viagens-corporativas-crescem-126-na-comparacao-com-agosto-de-2019/